Infelizmente a praga dos buracos na cidade de Maputo, ou melhor no país em geral é gigantesca, sendo as estradas compostas em suma por estradas precárias, terra batida, de asfalto (repletas de buracos), tornando-se num verdadeiro cancro para quem pretende deslocar-se pelo País! Maputo, capital do país do gás, dos grandes recursos naturais, dos investimentos, do “crescimento económico ” da “riqueza que tão rapidamente assola o pais”, vê -se a braços de ferro com este flagelo que em muito prejudica a deslocação de pessoas e bens.
No entanto, infelizmente este tema não constitui
novidade alguma, na verdade os moçambicanos já se tornaram peritos em conduzir
perante este cenário, tornando-se normal a existência de grandes crateras nas
ruas principais e secundárias da cidade! Por outro lado, já percebemos, que apesar
de algum esforço do Município em arranjar as estradas, sabemos perfeitamente que
semanas a seguir, a praga continua, uma vez que os buracos voltam a aparecer,
multiplicando-se de forma assustadora!
Pergunto-me
eu: Como é que é possível arranjar-se uma estrada e semanas depois a mesma
estar um caos novamente? Será que o material usado para a reparação das
estradas é o melhor? E as verbas direccionadas para este fim, onde param? Será
que as usam na totalidade para a compra de material de qualidade? Ou as usam
pela metade? Porque será que em Moçambique só se pensa em soluções a curto
prazo? Será que não se percebe que os arranjos, e os demais arranjos acabam saindo
ainda mais caros? Porque não se pensa a longo prazo? Não convém?
Perante este cenário negativo, surge um cidadão,
que na minha opinião é exemplar e este é o ponto mais importante do meu
pensamento: Um cidadão, preocupado com a degradação das estradas, em especial
por uma que usava com frequência (Tomás Nduda), e que infelizmente por circular
constantemente pela mesma provocou alguns dissabores á sua viatura, decidindo
por mãos a obra, gastando o eu dinheiro para tapar um buraco e resolver um problema que há anos não era resolvido pelo Concelho
Municipal!
A reflexão que se deve fazer é a seguinte:
a) Obviamente
que este dever cabe ao Estado, ao Conselho Municipal para resolver este tipo de
problema
b) Eventualmente
o serviço feito pode não ter sido dos melhores, mas não é isso que conta
c) O
mais importante a reter é o acto de CIDADANIA, ou seja, nós como moçambicanos,
como cidadãos, perante uma sociedade repleta de problemas, de desafios, temos
que perceber que a solução dos mesmos passa por nós próprios, nós somos o
ESTADO, e não devemos pensar que o estado é só um conjunto de pessoas, a quem o
poder foi delegado pelo povo! Não podemos descurar o Estado das suas obrigações,
dos seus deveres, mas devemos nos envolver para a resolução do problema do nosso
país.
d) Será
que os cidadãos moçambicanos têm a consciência do poder/responsabilidade que têm
nas mãos? Será que percebemos que podemos e devemos nos envolver directamente
na resolução dos problemas do nosso país? O exemplo mais palpável que tenho em
mente, foi sem dúvidas, a manifestação a favor da paz e contra os raptos do ano
passado, que juntou cidadãos, sociedade civil, em prol dum problema que assola
o país. Todos juntos, para chamar a atenção relativamente a um problema.
Com isto quero dizer, que assim como o
problema dos raptos, dos buracos, das estradas mal arranjadas, do lixo, das
praias sujas, da caça dos tubarões, elefantes, leões, transportes, entre
outros, cabe a nós contribuir para que os mesmos melhorem, através da monitoria
dos serviços públicos, do nosso engajamento como cidadãos, da nossa CIDADANIA,
chamando a atenção ao governo sobre os problemas que nos preocupam!
O Pais agradece!
Um bem-haja para o cidadão, que gastou
do seu para tapar um buraco!
Cidadania precisa-se!
Abre o Olho!!!