Em Moçambique a cidadania foi construída de cima para baixo, isto é, foi
construída uma cidadania passiva e/ou estado-cêntrica. Desde o fato da Frelimo
ter agido numa lógica de partido único, no qual a manifestação do movimento
social na sua diversidade era inaceitável e uma guerra civil que dividiu os
moçambicanos, fazendo com que uma vez mais o Estado continuasse a dirigir os
destinos do País seguindo uma nova realidade, mas, criando uma cidadania cada
vez mais passiva.
Se por um lado Moçambique vive um momento de verdadeira proliferação de
Instituições Universitárias, algumas com qualidade e outras nem por isso, por
outro, temos assistido a uma formação de jovens sem capacidade de enfrentar o
mercado de trabalho, bem como a formação de jovens sem grande poder de
intervenção, de crítica, de raciocínio. Forma-se jovens para fazer Copy Paste
do conhecimento e não para reflexão, contestação, questionamento.
Não queremos formar futuros Samora Machel, porque queremos manter o
nosso povo passivo, ignorante, e não catapulta-lo para Conhecimento, a
intervenção!
Neste seguimento, como se justifica que nas Universidades não haja
Associações de Estudantes forte, coesas? Como se justifica que não haja jornais
produzidos pelas Universidades? Como se justifica que não haja, ou se há, de
forma inexistente, uma actividade cultural, politica numa Universidade? As
Universidades servem para formar quadros e não formatar quadros!
Quando criticamos os nossos jovens temos que os enquadrar num contexto,
em que a Educação esta doente, formatada, empobrecida!
Vamos mudar? Vamos acordar desta dormência?
O povo agradece! O país agradece!
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