domingo, 31 de março de 2013

Uma nova ordem socioeconómica e política é uma necessidade urgente para Moçambique


A situação que Moçambique vive hoje requer uma nova abordagem de desenvolvimento socioeconómico e político. A necessidade de uma nova abordagem tem de ser formulada a duas dimensões: a primeira é económica e está associada à necessidade de gerar crescimento económico e distribuir melhor a renda; a segunda é política e deve ir no sentido de promover boa governação, participação e transparência na gestão de bens públicos.
As enormes potencialidades em recursos minerais e energéticos que Moçambique dispõe podem, por um lado, aumentar a capacidade de receitas do governo e, por conseguinte, o combate à pobreza, mas, por outro lado, poderão aumentar as desigualdades sociais e políticas.
Os sinais que existem, neste momento, na exploração do Carvão Mineral de Moatize, em Tete, aliados aos contratos que estão em vigor e o nível de transparência, apontam que o processo está no caminho da maldição, sobretudo para as comunidades locais que, para além de não se
beneficiarem do impacto económico da actividade, está a viver o dilema de um mau reassentamento, com dificuldades de acesso à água potável e aos serviços básicos de educação, saúde, entre outros prestados pelo Estado.
A desigualdade polariza a política e cria instabilidade, o que pode desfazer os ganhos de desenvolvimento conseguidos com tanto custo e sacrifício do povo Moçambicano e dos parceiros
internacionais. Perante estes desafios e potencialidades, exige-se do governo, parlamentares, cidadãos, partidos políticos, academia, organizações da sociedade civil (OSCs), organizações nãogovernamentais (ONG’s), do sector privado, dos restantes actores públicos e privados de Moçambique e da comunidade internacional, uma reflexão sobre os caminhos que devem nortear
o desenvolvimento socioeconómico e político do País.

Fonte: MASC – Está na hora!

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