“ Boa Governação é sem sombra de
dúvidas o factor mais importante que contribui para a erradicação da pobreza e
promove o desenvolvimento”
Kofi Annan
A
Boa Governação é um tema que cada
vez mais tem suscitado debates ocupando desta forma um espaço central no
discurso para o desenvolvimento, sendo considerada um elemento crucial a ser
incorporado nas estratégias de desenvolvimento.
Os
princípios políticos que sustentam a boa governação são:
Participação: qualquer homem ou mulher deve
ter voz nas decisões politicas, seja directa ou através de instituições
legitimas que representem os seus interesses. Esta participação deve ser
construída na base da liberdade de associação assim como na capacidade de participar
construtivamente.
Transparência: a transparência é construída na livre circulação
de informação, processos, instituições e informação. Estes deverão estar
devidamente acessíveis
aos cidadãos, com informação suficiente para perceber e monitorá-los.
Accountability – os que tomam decisões no
Governo, o sector privado, as Organizações da Sociedade Civil são responsáveis
perante o público bem como aos stakeholders. Esta prestação de contas é necessária perante os cidadãos.
Equidade – todos os homens e mulheres tem
o direito de ter oportunidades para que possam melhorar e manter o seu
bem-estar
Estado de Direito – os quadros jurídicos devem ser
justos e aplicados de forma imparcial, em particular as leis sobre os direitos
humanos
Eficácia e
Eficiência – Processos
e Instituições que satisfaçam as necessidades ao mesmo tempo que façam o melhor
uso dos recursos.
Orientação
Consensual – A
Boa Governação tem a capacidade de mediar os diferentes interesses para chegar
ao consenso tendo em conta o que é
melhor para o grupo
Visão estratégica – onde os líderes e o público partilham a longo prazo
relativamente a boa governação e desenvolvimento humano tendo em conta aquilo
que é
necessário para o desenvolvimento. Existe também um conhecimento da
complexidade histórica, cultural e social em que determinada perspectiva é
alicerçada.
Capacidade de
Resposta –
Instituições ao serviço de todos
Neste
contexto, as várias Instituições Internacionais tem cada uma a sua perspectiva
relativamente à definição de boa governação:
Para
o Banco Mundial o tema Boa Governação
tem como princípios: Participação; Estado de Direito; Transparência; Capacidade
de Resposta; Equidade; Accountability; Eficácia e eficiência; Orientação
Consensual e Visão estratégica.
Para
o PNUD a Boa Governação suscita os
seguintes valores: Participação, Transparência, Accountability, Equidade,
Eficácia e Estado de Direito.
Para
o DFID, Boa Governação baseia-se em
três grandes conceitos: Capacidade Estatal, Accountability e Capacidade de
Resposta.
Deste
modo, a boa governação pode ser vista como um factor do funcionamento do
sistema democrático, tendo em conta que existe uma relação de simbiose entre os
conceitos democracia e boa governação. Um verdadeiro governo democrático não
pode ocorrer sem a garantia dos direitos individuais, onde os indivíduos se
possam exprimir livremente, construindo desta forma uma sociedade civil forte.
É importante salientar que uma sociedade civil é sinónimo de pessoas que
contribuam para o seu governo através da sua participação na comunidade,
contribuindo desta forma para a boa governação.
O Olho do Cidadão
questiona-se:
1) Será que como cidadãos comuns,
também somos transparentes no seio familiar, de trabalho, social? Será que o
cidadão comum exerce uma Boa Governação no seu seio familiar, de trabalho,
social?
2)
Será
que a Sociedade Civil, as organizações que dela fazem parte, exercem uma Boa
Governação Interna? São transparentes?
3) Será que o nosso país exerce uma
Boa Governação?
Estas
perguntas colocam-se no sentido de se perceber até que ponto podemos exigir uns
dos outros, determinados comportamentos, quando eventualmente nós próprios não
os colocamos em prática?
Será
que como cidadão corrupto, não transparente posso exigir do Governo
transparência e não corrupção?
Será
que eu como sociedade civil, como organização da sociedade civil, não
transparente, corrupta, posso exigir do governo uma atitude diferente?
Será
que eu como organização da sociedade civil, que exijo acesso a informação do
governo, tenho legitimidade de o fazer quando eu como organização não dou
acesso a informação que produzo?
São questões que
nos põe a reflectir…e ai percebemos que para exigirmos dos outros, temos antes
que ter a capacidade de exigir de nós!!!
A veracidade dos factos encomtra-se no bom senso de cada individo,portanto estes principios devem comessar de nos mesmo como individos que se encontram inseridos dentro da sociedade
ResponderEliminarUrge monitorar as actividades do nosso governo: isso caracteriza cidadaos activos. temos de ser catalisadores do desenvolvimento.
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