As mulheres têm uma maior probabilidade que os
homens de viver em situação de pobreza em Moçambique.
Em 2007, Moçambique classificou-se em 145 lugar
entre 155 países no índice de desenvolvimento ajustado ao género, baseado em esperança
de vida, educação, alfabetização e PIB per capita. Isso reflete os desafios
sociais, económicos e culturais enfrentados pelas mulheres. As mulheres têm
menos acesso a educação, menos oportunidades de emprego formal, menor renda e
menos oportunidade de diversificar os seus rendimentos.
As raparigas têm mais probabilidade de sofrer privação
severa na educação do que os rapazes (13 por cento versus 10 por cento, respetivamente)
Em 2007, a taxa de conclusão da primeira fase do
ensino primário foi de 65 por cento nas raparigas e 80 por cento nos rapazes.
Esta diferença de género continua a verificar-se na segunda fase do ensino primário,
com taxas de conclusão de 39 por cento nas raparigas e 53 por cento nos
rapazes. As alunas enfrentam obstáculos no acesso a educação, entre os quais
abuso sexual nas escolas e casamento precoce.
A prevalência de violência, abuso e assédio sexual
nas escolas afeta a frequência dos alunos, especialmente das raparigas, tendo
sido identificada pelos pais como fator que influencia a decisão de retirar os
seus filhos da escola. Setenta por cento das meninas entrevistadas afirmaram que
alguns professores exigem relações sexuais para passar os alunos e que as
escolas não oferecem segurança nesse aspeto. O estudo também observou que as
vitimas e tutores não sabem que o abuso sexual e punível por lei. O medo de represálias
impelem frequentemente as vitima ao silêncio.
O MINED tem uma política de tolerância zero para o
abuso sexual nas escolas, mas continua fraca a sua aplicação. A lei da Criança Moçambicana
de 2008 reafirma a obrigação da direção da escola de comunicar as autoridades
competentes qualquer caso de maus tratos a alunos. No entanto, continua fraco o
seguimento de atos de violência nas escolas.
O
Olho do Cidadão questiona-se:
Será
que estamos todos engajados na tentativa de resolução desta grande problemática?
Será
que os diversos atores políticos, sociedade civil, cidadãos, governantes, instituições,
estão realmente engajados para que haja uma mudança de comportamento no nosso
país?
Vou partilhar uma história verídica de sucesso que
aconteceu na Namaacha: Uma criança foi violada e o seu agressor foi descoberto
e condenado pelo seu ato. Este desfecho aconteceu porque os cidadãos/ “sociedade
civil” estavam verdadeiramente engajados para que o agressor fosse condenado
pelo seu crime. Como temos conhecimento, infelizmente no nosso país quem tem
dinheiro pode subornar e contornar a lei, podendo sair em liberdade apos
cometer um crime. Esta vontade de sair em liberdade apos suborno existia por
parte do agressor mas, e agora vem a parte interessante desta história:
Uma vez que os cidadãos, algumas organizações da
sociedade civil estavam realmente engajados para que este agressor não deixasse
de cumprir a sua pena, começaram a realizar vigílias a cadeia, como forma de
monitorar a sua real permanência na prisão. Assim, por forca, persuasão de cidadãos
verdadeiramente engajados em fazer cumprir a lei, não deixaram que o agressor saísse
em liberdade, passando a mensagem a futuros eventuais agressores.
Um bem haja para estes cidadãos! Sigamos o exemplo
deles!
Abre
o Olho!!!
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